O tremor, uma condição bastante comum, é definido como um movimento rítmico, regular e recorrente. Na avaliação feita pelo seu médico, é necessário caracterizar bem a duração, a localização, a intensidade; enfim, o tipo de tremor. Além disso, o profissional vai avaliar quanto à presença ou ausência de outros sinais neurológicos e questionar quanto ao efeito de medicamentos ou álcool e a ocorrência de doenças metabólicas como problemas na tireoide, por exemplo.
Portanto, a história e o exame físico são fundamentais para se estabelecer se o tremor
primário (aquele que não é causado por uma lesão cerebral, por exemplo) é um tremor de ação (tremor postural, cinético ou intencional) ou um tremor de repouso. Dentre os tipos mais comuns de tremor estão: o tremor essencial, o tremor fisiológico, o tremor induzido por drogas ou medicamentos, o tremor psicogênico, o tremor distônico, o tremor primário da escrita, o tremor postural e o tremor cerebelar. O tremor parkinsoniano é uma causa relativamente frequente de tremor de repouso.
No artigo científico - A practical guide to the differential diagnosis of tremor, publicado no Postgrad Med J 2011;87:623e629, os autores enfatizam que há 4 pilares fundamentais no manejo do tremor: a) definir a localização anatômica, b) o tipo de ativação (repouso, postura e ação), c) a frequência e a amplitude.
Muitas pessoas têm um tremor sutil nos membros superiores, intermitente, relacionado à postura, que pode ser desencadeado por fatores como emoção, fadiga e cafeína. Este é o TREMOR FISIOLÓGICO, que pode ser exacerbado pela ansiedade; como por exemplo, numa apresentação de uma palestra em espaço público.
Já o TREMOR ESSENCIAL é um tremor que também afeta os membros superiores, usualmente tem baixa amplitude, razoavelmente de rápida frequência, que tende a ser assimétrico e que pode aparecer quando se tenta alcançar um determinado alvo. Em alguns casos, pode estar presente o tremor cefálico e da voz. Podem começar em qualquer idade, da infância até a fase adulta; porém o pico de início é geralmente aos 45 anos e a incidência vai aumentando com a idade. Afeta igualmente homens e mulheres e uma substancial quantidade de pessoas nunca procura assistência médica, impactando a realização de atividades de vida diária.
E a pergunta mais frequente e o receio daqueles que tremem – Eu tenho doença de PARKINSON, Doutor?
Se você está tremendo e tem dúvidas, procure um Neurologista, que seja especializado na área de DISTÚRBIOS DE MOVIMENTO.
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Dr. Flávio Faria da Costa Pereira
Chefe do Grupo de Distúrbios de Movimento do Hospital de Base do Distrito Federal.
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