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Ando muito esquecido. Será que eu estou com Alzheimer?

Uma queixa frequente nos consultórios de médicos neurologistas é o esquecimento. Antes que a pessoa se desespere e pense que está “demenciando”, é importante que seja feita uma avaliação clínica detalhada. Renomados especialistas em Neurologia Cognitiva, publicaram um excelente artigo intitulado: Declínio cognitivo subjetivo, comprometimento cognitivo leve e demência: recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (Dement Neuropsychol 2022 Setembro;16(3 Suppl. 1):1-17).  Neste consenso é sugerida uma abordagem prática, que inclui, dentre outros: uma anamnese direcionada, com avaliações na atenção, memória, linguagem, orientação espacial, comprometimento de atividades de vida diária, além de sintomas comportamentais e psiquiátricos. Existem testes como o rastreio cognitivo do mini exame do estado mental (Mini Mental) de fácil e rápida aplicação no próprio consultório.  Numa primeira avaliação é importante questionar quanto aos fatores de risco: baixa escolaridade em indivíduos até 45 anos; hipertensão arterial sistêmica, obesidade, perda auditiva, traumatismo crânio encefálico e abuso de álcool na idade de 45 a 65 anos; tabagismo, depressão, sedentarismo, diabetes, isolamento social e poluição do ar em indivíduos com idade acima de 65 anos.



Ando muito esquecido. Será que eu estou com Alzheimer?
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Segundo um levantamento feito na cidade de Tremembé em São Paulo, quase 30% das pessoas com idade acima de 60 anos apresenta declínio cognitivo subjetivo (DCS), que é a percepção de perda cognitiva sem comprometimento dos testes e das atividades de vida diária. Várias condições podem estar associadas ao DCS como: o próprio envelhecimento normal, traços de personalidade, transtornos psiquiátricos (em especial depressão e ansiedade), transtornos do sono (p.ex., síndrome da apneia obstrutiva do sono), uso de medicações, etc.


O comprometimento cognitivo leve (CCL) é conhecido como uma condição clínica intermediária entre o envelhecimento normal e a demência. Para compor o diagnóstico são necessários os seguintes critérios: (1) queixa cognitiva relatada pelo paciente e/ou informante, (2) relato de declínio cognitivo em relação ao ano anterior, (3) alterações da cognição (memória e/ou outros domínios) quando comparado com idosos normais da mesma idade e nível educacional e evidenciadas na avaliação clínica, (4) ausência de dificuldade com atividades diárias, funcionamento cognitivo geral preservado.


Em relação à Demência, existem critérios que incluem: a interferência com a habilidade no trabalho ou em atividades usuais e declínio em relação aos níveis prévios de funcionamento junto ao resultado de uma avaliação cognitiva objetiva, demonstrando perda em pelo menos dois domínios cognitivos como por exemplo, memória ou linguagem. Na mesma cidade de Tremembé, foi observada uma prevalência de 23% em indivíduos com mais de 60 anos e analfabetos. A síndrome demencial inclui não apenas o Alzheimer, mas também outros tipos como demência por Corpos de Levy, demência fronto-temporal, dentre outros. Déficit de vitamina B12, neurossífilis e hidrocefalia de pressão normal são causas de demência secundária que devem ser descartadas inicialmente. É importante questionar quanto à presença de Depressão e uso de medicamentos antidepressivos, benzodiazepínicos e antipsicóticos.


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Se você tem dúvidas, procure um especialista. O IONS conta com neurologistas capacitados para fazer o diagnóstico correto!

 

 

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